Juiz nega audi?ncia virtual: “querem impedir cruzamento de almas”
Citando Arnaldo Antunes e Fernando Pessoa, o?juiz do Trabalho Adriano Ant?nio Borges, da 2? vara do Trabalho de Itabira/MG, utilizou uma constru??o po?tica para negar?a realiza??o de uma audi?ncia por videoconfer?ncia. Em sua decis?o, o magistrado diz que “querem impedir o cruzamento de almas no ambiente f?sico” e “reduzir a vida a uma tela”, ignorando a “hipossufici?ncia tecnol?gica do trabalhador” que sequer sabe o que ? um juiz 100% digital.
“Data venia, querem transformar o juiz em m?quina de ler QR Code facial; querem impedir o cruzamento de almas no ambiente f?sico da audi?ncia; querem impedir o evang?lico Joanino de vermo-nos face a face; querem assassinar a f?sica e a metaf?sica da dial?tica; querem reduzir a vida a uma tela; querem colonizar nossos sonhos de liberdade, igualdade e de “reconhecimento e consenso”; querem ignorar a hipossufici?ncia tecnol?gica do trabalhador; querem terceirizar a vontade do trabalhador que sequer sabe o que ? juiz 100% digital; querem implantar uma engenharia na qual o judici?rio ? apenas uma tela ambulante, com representantes e participantes morfologicamente incompletos (s? se v? os rostos nas telas do computador); querem mimetizar a vida, as esperan?as, o desejo de justi?a, o abra?o da presen?a, o sorriso da companhia e a doce e inef?vel brisa do perd?o em uma tela de celular.”Disse, tamb?m, que em sua vara n?o se pratica, em tempos n?o excepcionais,?ju?zo 100% digital com a presen?a virtual das partes, procuradores e testemunhas.
“Data venia, porque somos inteiramente de carne e osso; de alma e cora??o; de dor e alegria; de presen?a, n?o de solid?o; de raiva e euforia; de amor e ?dio; de Deus e do diabo; de Apolo e de Dion?sio; de Fausto e de Mefist?feles; de vida e de morte; de luz e de sombra; do Ser e de N?o-ser, predicados “incab?veis” numa tela, e tamb?m porque este juiz, com todo respeito, em audi?ncias virtuais, ? acometido por uma concep??o paranoica de identidade, por um estranhamento e por uma n?usea Clariciana, e tamb?m por outras circunst?ncias cuja mem?ria, cora??o e raz?o n?o conseguem expressar, aqui na terra do poeta, na segunda Vara de Itabira- MG, humildemente, n?o se pratica, em tempos n?o excepcionais, o ju?zo 100% digital com a presen?a virtual das partes, procuradores e testemunhas.”
No fim, a a??o acabou arquivada por desist?ncia do autor.
Fonte: Migalhas
]]>Citando Arnaldo Antunes e Fernando Pessoa, o?juiz do Trabalho Adriano Ant?nio Borges, da 2? vara do Trabalho de Itabira/MG, utilizou uma constru??o po?tica para negar?a realiza??o de uma audi?ncia por videoconfer?ncia. Em sua decis?o, o magistrado diz que “querem impedir o cruzamento de almas no ambiente f?sico” e “reduzir a vida a uma tela”, ignorando a “hipossufici?ncia tecnol?gica do trabalhador” que sequer sabe o que ? um juiz 100% digital.”Data venia, querem transformar o juiz em m?quina de ler QR Code facial; querem impedir o cruzamento de almas no ambiente f?sico da audi?ncia; querem impedir o evang?lico Joanino de vermo-nos face a face; querem assassinar a f?sica e a metaf?sica da dial?tica; querem reduzir a vida a uma tela; querem colonizar nossos sonhos de liberdade, igualdade e de “reconhecimento e consenso”; querem ignorar a hipossufici?ncia tecnol?gica do trabalhador; querem terceirizar a vontade do trabalhador que sequer sabe o que ? juiz 100% digital; querem implantar uma engenharia na qual o judici?rio ? apenas uma tela ambulante, com representantes e participantes morfologicamente incompletos (s? se v? os rostos nas telas do computador); querem mimetizar a vida, as esperan?as, o desejo de justi?a, o abra?o da presen?a, o sorriso da companhia e a doce e inef?vel brisa do perd?o em uma tela de celular.”Disse, tamb?m, que em sua vara n?o se pratica, em tempos n?o excepcionais,?ju?zo 100% digital com a presen?a virtual das partes, procuradores e testemunhas.”Data venia, porque somos inteiramente de carne e osso; de alma e cora??o; de dor e alegria; de presen?a, n?o de solid?o; de raiva e euforia; de amor e ?dio; de Deus e do diabo; de Apolo e de Dion?sio; de Fausto e de Mefist?feles; de vida e de morte; de luz e de sombra; do Ser e de N?o-ser, predicados “incab?veis” numa tela, e tamb?m porque este juiz, com todo respeito, em audi?ncias virtuais, ? acometido por uma concep??o paranoica de identidade, por um estranhamento e por uma n?usea Clariciana, e tamb?m por outras circunst?ncias cuja mem?ria, cora??o e raz?o n?o conseguem expressar, aqui na terra do poeta, na segunda Vara de Itabira- MG, humildemente, n?o se pratica, em tempos n?o excepcionais, o ju?zo 100% digital com a presen?a virtual das partes, procuradores e testemunhas.”No fim, a a??o acabou arquivada por desist?ncia do autor.Fonte: Migalhas]]>Read More